Margareth Mead
Sexo e
Temperamento é o resultado de uma pesquisa etnográfica de Margaret Mead,
antropóloga norte-americana que recebeu, a título póstumo, a "Presidential
medal to Freedom", a mais alta honraria concedida nos Estados Unidos da
América. Mead utilizou a Antropologia para denunciar problemas relacionados à
educação, adolescência, sexualidade, condutas sociais, direitos da mulher,
ecologia, etc.
Este estudo não se ocupa da
existência ou não de diferenças reais e universais entre os sexos, sejam
qualitativas ou quantitativas. É, muito simplesmente, um relato de como três
sociedades primitivas agruparam suas atitudes sociais em relação ao
temperamento em torno dos fatos realmente evidentes das diferenças sexuais.
O estudo foi desenvolvido com os:
* Plácidos montanheses Arapesh
*Ferozes Canibais Mundugumor
*Elegantes caçadores de cabeças de
Tchambuli
Como em toda sociedade, essas três
tribos, dispunham do ponto de diferença do sexo como tema da vida social, e
cada uma desenvolveu de forma diferente. Comparando o modo como se organizaram
em torno da diferença de sexo é possível perceber que elementos são construções
sociais originalmente irrelevantes aos fatos biológicos do gênero do sexo.
O estudo tem interesse/preocupação
com a padronização do comportamento dos sexos à luz do temperamento, com as
presunções culturais de que certas atitudes temperamentais são “naturalmente”
femininas.
Cada tribo tem certas atitudes
definidas em relação ao temperamento, uma teoria de como são os seres humanos
naturalmente e uma norma pela qual julgar e condenar os indivíduos que se desviam.
Em duas das tribos estudadas, os
Arapesh e os Mundugumor, inexiste totalmente qualquer ideia de que os traços
temperamentais da ordem de dominação, coragem, objetividade, maleabilidade
estão indissoluvelmente ligados a um sexo, enquanto o oposto a outro.
Elegeu como problema o estudo do
condicionamento das personalidades sociais dos dois sexos, na esperança de que
tal investigação lançasse alguma luz sobre as diferenças sexuais, para mais
tarde compreender que os temperamentos que reputamos naturais a um sexo,
pudessem ser meras variações do temperamento humano a que os membros de um ou
de ambos os sexos, pudessem , com variação de sucesso, ser aproximados através
da educação.
LOBATO, João Pedro. MARGARET MEAD: DAS TRIBOS PRIMITIVAS À REVOLUÇÃO SEXUAL FEMININA. Disponível em: http://obviousmag.org/archives/2010/11/margaret_mead_das_tribos_primitivas_a_revolucao_sexual_feminina.html. Acesso em: 21/09/2017
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