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EVOLUCIONISMO CULTURAL E OS PRINCIPAIS TEÓRICOS: MORGAN, FRAZER E TYLER.

                                          
O evolucionismo da antropologia é baseado nas teorias naturalistas de Charles Darwin. O evolucionismo tem um método linear, com características etnocêntricas e com determinismo biológico e geográfico. Principais teóricos: Morgan, Frazer e Tyler.

As principais instituições da humanidade tiveram origem na selvageria, foram desenvolvidas na barbárie e estão amadurecendo na civilização.

PRIMITIVO
PRIMITIVOS 

PRIMITIVOS

Barbárie 
Produção de alimentos (agricultura e pastoreio), sedentarização total ou parcial, crescimento demográfico, uso dos metais.



Civilização 
Vida urbana, Estado estruturado, religião institucionalizada, sociedade complexa, utilização da escrita.



RELIGIÃO



A idéia de propriedade passou por um crescimento e um desenvolvimento semelhantes. Começando do zero, na selvageria, a paixão pela propriedade, como representando a subsistência acumulada, tornou-se agora dominante na mente humana nas raças civilizadas.

Lewis Henry Morgan



   Após a publicação de Sistemas, o principal projeto intelectual de Morgan passou a ser tentar aplicar o conhecimento antropológico contemporâneo para interpretar a história passada. Numa carta de 1873 a um amigo, escreveu: "Penso, sobretudo, que as épocas de real progresso estão conectadas com as artes de subsistência, que incluem a ideia darwiniana de 'luta pela existência'." 

  O resultado foi o livro Ancient Society [A sociedade antiga], publicado em 1877, e do qual foram incluídos nesta coletânea o prefácio e o primeiro capítulo. No livro, Morgan estudou os estágios de progresso da sociedade humana através da análise de cinco casos exemplares: os aborígines australianos, os índios iroqueses, os astecas, os gregos e os romanos. O desenvolvimento da idéia de propriedade teria sido, na interpretação de Morgan, o processo decisivo para o surgimento da civilização.




James Frazer


   James George Frazer (1 de Janeiro de 1854GlasgowEscócia — 7 de Maio de 1941Cambridge), foi um influente antropólogo nos primeiros estágios dos estudos modernos de mitologia e religião comparada.

   Frazer estudou na Universidade de Glasgow e no Trinity College, da Universidade de Cambridge. Foi nesta última instituição que ele escreveu sua obra mais importante, The Golden Bough; a Study in Magic and Religion ("O ramo de ouro", 1890).
  "O ramo de ouro" é uma obra alentada (12 volumes na edição final, concluída em 1915), onde o autor faz um estudo comparativo dos mitos e do folclore de várias sociedades, e levanta a tese de que o pensamento humano evoluiu de um estágio mágico para outro religioso, e daí para um nível científico. Esta tese foi logo refutada por outros antropólogos, mas a distinção feita por Frazer entre magia e religião, ainda é aceita: na magia, o utilizador tenta controlar através de "técnicas" o mundo e os acontecimentos, enquanto que na religião, ele requisita o auxílio a espíritos e divindades.
MAGIA 


FÉ - RELIGIÃO
           
CIÊNCIA





     
"O ramo de ouro"


                                   



Edward Burnett Tylor


A Ciência da Cultura é uma obra que integra o livro “ Cultura Primitiva”, que foi escrito por Edward Tylor, Doutor emérito da Universidade de Oxford. Ele é o principal responsável pela criação da disciplina acadêmica da Antropologia moderna e também é um dos criadores da teoria do evolucionismo cultural.

Na obra, Tylor defende que o estudo dos pensamentos, linguagens, conhecimento, arte e vida humana deveria ser encarado como uma ciência, tendo, assim, princípios gerais e leis estabelecidas. Para isso, o etnógrafo deveria adotar uma série de procedimentos e normas que o fariam compreender melhor o modo de vida de determinado povo. A respeito do estudo de uma civilização, Tylor afirma que: “Um primeiro passo no estudo da civilização é dissecá-la em detalhes e, em seguida, classificá-los em seus grupos apropriados (p. 36) ”.

 Além disso, ao longo do texto ele mostra formas de fazer com que relatos de missionários e viajantes, que era a maneira como os etnógrafos obtinham seus dados na época, pudessem ser validados como provas no estudo.

O autor sugere que, no processo de estudo de dois povos diferentes, deveria haver a comparação entre os elementos dessas culturas como, por exemplo, armas, ritos, mitos e cerimônias. Para ele, o principal elemento auxiliador no processo de traçar o curso da evolução seriam as “sobrevivências” que ele define como: “Processos, costumes, opiniões [..] que, por força do hábito, continuaram a existir num novo estado de sociedade diferente daquele no qual tiveram sua origem (p. 15) ”.

Tylor entendia que toda a humanidade passava por três processos de evolução. O primeiro se referia a culturas baseadas na caça e coleta, e foi denominado de selvageria. O segundo, chamado de barbarismo, correspondia a culturas nómades baseadas na domesticação de animais e na agricultura. O terceiro, é conhecido como civilização, e, para ele, correspondia a culturas baseadas na escrita e na vida urbana. 






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