Bruxaria oráculo e magia entre os Azandes e o trabalho de Evans Pritchard com o povo Nuer

Evans Pritchard foi um antropólogo britânico, um teórico fundamental para o desenvolvimento da Antropologia Social na Inglaterra. Ele descende da tradição estrutural-funcionalista de Radcliff-Brown, entretanto, o primeiro trabalha com categorias que venham a diferenciar o tom dos conceitos de função, estrutura e organização que foram formulados pelo segundo.

POVO NUER

Trabalho de Pritchard com o povo Nuer 

•  Os Nuer são um povo que vive na África, perto do Egito; 
•  Evans Pritchard chegou à terra dos Nuer em princípios de 1930;

Princípios estruturais da sociedade Nuer Noções de tempo e espaço do povo Nuer: 

•  Tempo ecológico 
• Tempo estrutural
• Espaço ecológico 
• Espaço estrutural

 Os conflitos possuem uma característica funcional entre o povo Nuer. Pritchard divide a sociedade Nuer em segmentos :

1.  Segmentos Primários = Tribos  
2. Segmentos secundários = Divisões territoriais  
3. Segmentos Terciários  = Aldeias

 Instituições para que possam ser asseguradas as leis; Vendeta = Vingança 

POVO AZANDE

     O povo Azande tem peculiaridades quando se compara o seu modo de vida social com o da nossa sociedade, um dos pontos observados pelo autor se refere ao uso da magia, dos oráculos, e como a bruxaria está inserida na vida cotidiana desse povo, onde o autor faz observações interessantes sobre esses aspectos. O termo bruxaria que tanto nos espanta, causa medo e preocupação, é observado de forma completamente diferente na sociedade Azande.

       A bruxaria na nossa sociedade é observada como algo satânico, diabólico, voltados a más intenções causados por bruxos ou feiticeiros, porém, mesmo tendo valor negativo também para os Azande, é enxergado de maneira completamente diferente do qual estamos acostumados. Para eles, a bruxaria está presente no cotidiano, no dia a dia, em situações rotineiras da vida comum de um Azande, onde qualquer infortúnio o desgosto ocorrido pode ser atribuído à bruxaria, como por exemplo, uma caça mal sucedida, um acidente, uma dor repentina, tudo isso pode ser considerado como ato de bruxaria. Tanto pois, que é mais difícil passar um dia sem ver a bruxaria presente para eles, quanto um dia com bruxaria em nossa sociedade. 

    Diferente do que estamos acostumados a ver, onde uma pessoa se torna um bruxo por escolha, para os Azande não, uma pessoa já nasce um bruxo, é passado de geração para geração, para os filhos seguintes do mesmo sexo do bruxo ou da bruxa, sendo que só os filhos de um bruxo nascem bruxos, e as filhas não, e assim em vice-versa, é uma parte física do corpo, localizada na região dos rins. Por fim, em situações em que a bruxaria passa por conceitos éticos ou morais por eles estabelecidos, a bruxaria é descartada, um ato que pode vir a ser um infortúnio ou fracasso, onde a pessoa sabe que poderá vir a acontecer, e acontece, tal episódio não contém bruxaria, pois a pessoa já está ciente do que poderá acontecer.

Referências

Evans-Pritchard, E.E. (Edward Evan), 1902-1973, Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande / E.E. Evans-Pritchard; edição resumida e introdução, Eva Gillies; tradução Eduardo Viveiros de Castro. - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, p. 9 a 61.

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